quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vida e Obra dos Poetas Inconfidentes: Cláudio Manuel da Costa

Cláudio Manuel da Costa

Filho de João Gonçalves da Costa, português, e Teresa Ribeira de Alvarenga, mineira, nasceu no sítio da Vargem do Itacolomi, freguesia da vila do Ribeirão do Carmo, atual cidade de Mariana em Minas Gerais.

Em 1749, aos vinte anos de idade, embarcou para Portugal, matriculando-se na Universidade de Coimbra, onde obteve o Bacharelato em Cânones.
Entre 1753 e 1754, retornou ao Brasil, dedicando-se à advocacia em Vila Rica (atual Ouro Preto). Jurista culto e renomado à época, ali exerceu o cargo de procurador da Coroa,desembargador, e, por duas vezes, o de secretário do Governo. Por incumbência da Câmara de Ouro Preto elaborou a "Carta Topográfica de Vila Rica e seu termo" (1758).

Por sua idade, boa lição clássicafama de doutor e crédito de autor publicado, exerceu uma espécie de magistério entre os seus confrades em musa, maiores e menores, uma vez que todos lhe liam as suas obras e lhe escutavam os conselhos. Foi, assim, uma das principais figuras da Capitania.

Aos sessenta anos de idade foi envolvido na chamada Conjuração Mineira. Detido e, para alguns, apavorado com as conseqüências da acusação de réu de inconfidência, morreu em circunstâncias obscuras, em Vila Rica, no dia 4 de julho de 1789, quando teria cometido suicídio por enforcamento na prisão.

Os registros da trajetória da vida de Cláudio revelam uma bem sucedida carreira no campo políticoliterário e profissional. Foi secretário de governo, poeta admirado até em Portugal e advogado dos principais negociantes da capitania no seu tempo. Acumulou ampla fortuna e sua casa em Vila Rica, era uma das melhores vivendas da capital. Sólida e construção que ainda lá está a desafiar o tempo.

memória de Cláudio Manuel da Costa, porém, não teve a mesma sorte. Até hoje paira sobre ele a suspeita de ter sido um miserável covarde que traiu os amigos e se suicidou naprisão[carece de fontes]. Outros negam até a própria relevância da sua participação na inconfidência mineira, pintando-o como um simples espectador privilegiado, amigo de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, freqüentadores assíduos dos saraus que ele promovia.
Cláudio tentou, ele próprio, diminuir a relevância da sua participação na conspiração, mas estava apenas tentando reduzir o peso da sua culpa diante dos juizes da devassa. Os clássicos da historiografia da inconfidência mineira são unânimes em valorizar sua participação no movimento. Parece que ele era meio descrente com as chances militares daconspiração. Mas não deixou de influenciar no lado mais intelectualizado do movimento, especialmente no que diz respeito à construção do edifício jurídico projetado para a repúblicaque pretendiam implantar em Minas Gerais, no final do século XVIII.


Obras:

* Epicediu – Coimbra, 1753.
* Labirinto de amor, poema – Coimbra, 1753.
* Numerosos harmônicos – Coimbra, 1753.
* Obras Poéticas – Coimbra, 1768
* Vila Rica, 1773
* Soneto
* Entre o Velho e o Novo Mundo
* Poesias diversas – Revista Brazileira, Rio de Janeiro, 1895 (post.).
* Minúsculo métrico, romance heróico – Coimbra 1751.

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